O que acontece quando a gente vai embora?
31/05/19 O que acontece quando a gente vai embora? A gente vai embora e fica tudo aí. Os planos a longo prazo, as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro […]
há 5 anos atrás
31/05/19
O que acontece quando a gente vai embora?
A gente vai embora e fica tudo aí. Os planos a longo prazo, as tarefas de casa, as dívidas com o banco, as parcelas do carro novo que a gente comprou pra ter status.
A gente vai embora sem sequer guardar as comidas na geladeira, tudo apodrece, a roupa fica no varal.
A gente vai embora, se dissolve e some toda a importância que pensávamos que tínhamos, a vida continua, as pessoas superam e seguem suas rotinas normalmente.
A gente vai embora e as brigas, as grosserias, a impaciência, só serviram para nos afastar de quem nos trazia felicidade e amor.
A gente vai embora e todos os grandes problemas que achávamos que tínhamos se transformam em um imenso vazio. Não existem mais problemas. Os problemas moram dentro de nós.
As coisas têm a importância que colocamos nelas e exercem em nós a influência que permitimos.
A gente vai embora e o mundo continua caótico, como se a nossa presença ou ausência não fizesse a menor diferença. Na verdade, não faz.
Somos pequenos, porém, prepotentes. Vivemos nos esquecendo de que a morte anda sempre à espreita. A gente vai embora. Pois é: bem assim… Piscou e a vida se vai…
O cachorro é doado e se apega aos novos donos.
A gente vai embora e somos rapidamente substituídos no cargo que ocupávamos na empresa.
As coisas que sequer emprestávamos são doadas, algumas jogadas fora… Quando menos se espera, a gente vai embora. Aliás, quem espera morrer? Se a gente esperasse pela morte, talvez a gente vivesse melhor.
Talvez a gente colocasse nossa melhor roupa hoje, amasse mais hoje, talvez a gente comesse a sobremesa antes do almoço. Talvez a gente esperasse menos do outros. Se agente esperasse pela morte talvez perdoasse mais, risse mais, saísse à tarde para ver as pessoas que nos amam, ver a natureza belo presente de Deus. Talvez a gente quisesse mais tempo e menos dinheiro.
Quem sabe, a gente entendesse que não vale a pena se entristecer com as coisas banais, ouvisse mais música e dançasse sem vergonha de sair do ritmo.
A vida é curta e a vive melhor quem entende que tudo vai passar.
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