Falta de leito em UTI pode ter causado morte de bebê de 10 meses em Caxias do Sul
A morte do menino Teylor Terra da Fonseca, de apenas 10 meses, voltou a levantar questionamentos sobre a saúde pública em Caxias do Sul. Nesta semana, a mãe do menino, Maiara Martins Terra, publicou um relato […]
há 6 anos atrás
A morte do menino Teylor Terra da Fonseca, de apenas 10 meses, voltou a levantar questionamentos sobre a saúde pública em Caxias do Sul. Nesta semana, a mãe do menino, Maiara Martins Terra, publicou um relato no Facebook, no qual reclama do atendimento dado ao filho no Postão 24 horas e no hospital geral. A postagem da mãe na rede social já tem mais de 6 mil curtidas e quase 5 mil compartilhamentos. A criança morreu na madrugada da última segunda-feira, dia 9, vítima de uma bronquiolite grave.
Para o avô do menino, José Carlos da Fonseca, de 48 anos, houve negligência no atendimento da criança. Na tarde desta quarta-feira, Fonseca e outros familiares de Teylor estiveram no plantão da Polícia Civil, onde registraram um boletim de ocorrência solicitando a investigação das circunstâncias da morte do menino. “Eu tenho a maior certeza do mundo que quem matou o meu neto foi [a negligência no atendimento]. Começou a matança no postão e depois o geral acabou. Do [hospital] do círculo não tenho reclamação nenhuma, porque vimos todas as correrias para tentar salvar o nenê. Quando o geral mandou pro círculo, o nenê já não tinha mais volta”, declarou.
Conforme o Hospital Geral, a criança chegou ao local para atendimento às 13h de sábado, dia 7. Desde o primeiro atendimento, a médica que atendeu a criança solicitou que ele fosse transferido para um leito de UTI. A solicitação foi feita para a Central Reguladora de Leitos, que só conseguiu a liberação de um leito no domingo.
Por meio da assessoria, a prefeitura disse que o menino chegou ao Postão 24 horas na sexta-feira, às 21h32min, acompanhado da mãe. Ele foi atendido e classificado como não urgente (cor azul). Logo depois foi atendido pelo médico. Às 23h30min, o bebê foi diagnosticado com uma possível bronquiolite e então passou a receber oxigênio. Como a mãe da criança alegava que o oxigênio não estava surtindo efeito, o equipamento foi trocado por duas vezes antes que Teylor fosse transferido ao hospital geral.
A prefeitura diz, ainda, que não será aberta nenhuma investigação sobre o caso justamente porque a conduta dos profissionais foi adequada. Todas as informações acima constam no prontuário do paciente e estão devidamente registradas.
O que diz o hospital geral:
Por meio de sua assessoria, o Hospital Geral alegou que o paciente foi atendido no setor de urgência e emergência e teve toda a assistência nesse período. Desde o momento da chegada do paciente, no sábado, às 13h desde a chegada dele foi solicitado leito de UTI para a criança e quando vagou um leito para que ele pudesse ser transferido ele foi.
O que diz a prefeitura:
Ele chegou ao PA 24h na sexta-feira (06/07), às 21h23, acompanhado da mãe, Maiara Martins Terra.
Às 21h32 ele foi chamado, porém a mãe não respondeu.
Às 21h39 ele foi chamado novamente para avaliação. Foi atendido e classificado como não urgente (cor azul). Logo depois foi atendido pelo médico.
Na sequência, às 23h, Teylor chegou na observação do PA 24h, onde o técnico em enfermagem checou os sinais vitais. Ele estava sem febre (36,8 graus) e com saturação de 93%, índice bom para uma criança dessa idade.
Às 23h30 ele fez raio x e nebulização. Com suspeita de bronquiolite, começou a fazer oxigênio.
Às 08h25 do sábado (07/07), agitada, a mãe alegou que o catéter nasal e o torpedo de oxigênio não estariam funcionando. O técnico em enfermagem checou e não verificou problemas. Porém, para acalmar Maiara, trocou o torpedo.
Às 08h40, a mãe solicitou falar com o médico e não aceitou que o menino continuasse recebendo oxigênio, dizendo que não estava adiantando nada. Novamente para acalmar e tranquilizar Maiara, a equipe tentou trocar os equipamentos. Dessa vez ela não cedeu e Teylor acabou ficando sem receber oxigênio.
Às 9h, a médica conversou com Maiara e solicitou a internação do menino, que ficou aguardando leito.
Às 12h30 a unidade avançada do Samu levou a mãe e o menino para o Hospital Geral.
O menino foi atendido rapidamente e em tempo menor do que o estipulado para alguém que foi classificado como não urgente (cor azul).
O fluxo de pessoas no PA 24h não interferiu no atendimento de Teylor, visto que ele chegou às 21h23 e foi chamado às 21h32. Esperou apenas nove minutos. O PA 24h não estava superlotado.
Não será aberta nenhuma investigação sobre o caso justamente porque a conduta dos profissionais foi adequada. Todas as informações acima constam no prontuário do paciente e estão devidamente registradas. A mãe do menino que interferiu no atendimento e, agitada, acabou arrancando o catéter nasal do menino sem autorizar a recolocação por parte do técnico em enfermagem.
O relato da mãe do menino no facebook:
Sexta-feira dia 07.07.2018 as 21:30 cheguei ao postão com meu filho Teylor com esforço respiratório, o médico colocou ele no oxigênio com 3 litros mas o oxigênio não estava funcionando adequadamente pedi que me enviasse para uma UTI pq meu filho estava piorando cada vez mais e eles falavam que estava funcionando o oxigênio.
Na manhã de sábado pedi para que chamasse a médica com urgência para o resolver o problema da oxigenação que não estava chegando até ele realmente ele viu que não estava funcionando adequadamente e fez o pedido de uma ambulância para hospital Geral, ressaltando que isso foi depois de 15 horas de sofrência respiratória.
Me mandaram para o Geral chegando lá continuaram com oxigênio 3 litros não tendo nenhuma melhora, pedi para que vissem o caso dele anterior de internação e implorei que levassem imediatamente para a UTI pediátrica para a salvação da vida dele e a resposta da médica que não era o momento de intubação que não existiria leito na UTI de nenhum hospital e nem vaga de compra do SUS e que não era o jeito que eu queria que fosse que a última palavra dada era dela que ela era a médica.
Eu continuei a implorar para que levassem e dessem um jeito e ela começou a ver que ele não teria condições de ficar apenas num oxigênio de 3 litros, então montou tipo uma UTI mas sem noção nenhuma porque pedia auxílio toda hora paras os médicos da UTI pediátrica e continuou afirmando que a intubação não era o momento meu filho já estava cansado ao extremo pela manhã continuei afirmando que a intubasse ele porque só eles não enxergam o sofrimento do nenê e sem saberem o porque que ele estava daquela maneira me disseram que poderia ser : início de pneumonia mas depois não tinha pneumonia após passaram que poderia ser a gripe H1N1 e iriam começar tratamento mesmo se não tivesse, após foi o terceiro diagnóstico que poderia ser uma bactéria no sangue.
Por fim chegaram na bronquiolite grave aguda que já tinha na UTI um mês atrás por causa disso enfim entubaram ele na sala de emergência por falta de leito na UTI no mesmo pela debilitação dele deu uma parada cardíaca e a médica que não era especializada chamou os da UTI para auxílio conseguiram reanimá-lo e entubaram ali mesmo é num instante tiraram uma vaga não sei da onde para o hospital Círculo Operário chegando lá foi atendido mas devidos as falhas e negligência anteriores chegou debilitado demais e durante a madrugada de domingo passou a ter mais duas paradas cardíacas e não resistiu a médica do círculo falou que seu pulmão já estava fechando, e o motivo que ela diagnosticou foi da bronquiolite aguda grave, se tivessem o recurso desde o primeiro atendimento que foi no postão ele estaria aqui.
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